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E lá vamos nós para mais alguns dias de caminhada!

Hoje vou contar sobre os dias 4, 5 e 6 que estão resumidos no mapa abaixo!

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Dia 4 – De Khunde (3.840m) até Deboche (3.700m)

Neste dia, além do som dos sherpas de Bom diaaaaaa, acordamos com o som dos monges do monastério e um dia um pouco mais claro que os anteriores. Nada que desse para considerar ensolarado. Mas já nos animamos por ter a primeira vista do Ama Dablan!

2016-10-09-khunde-tengboche-monastery-deboche-29 Beeeeem cedinho e ainda um pouco encoberto, o Ama Dablam aparece pela primeira vez!

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Vilarejo de Khunde!

Saímos animados mas sabíamos que a descida de 600 metros até o rio logo viria acompanhada de uma subida de mesma altura para chegarmos até Tengboche! Mas não se engane! Descer é tão ou mais difícil do que subir durante o trekking, já que todo cuidado é pouco na hora de pisar para não escorregar e o auxílio dos bastões de caminhada é essencial para não forçar demais os joelhos, que no fim, acabam sofrendo de qualquer jeito!

Uma das várias pontes que atravessamos durante a descida e a subida deste dia!

Uma das várias pontes que atravessamos durante a descida e a subida deste dia!

 

Os vilarejos são muito simpáticos durante o caminho!

Os vilarejos são muito simpáticos durante o caminho!

Quando chegamos até a margem do rio, depois de descer os 600 metros, paramos para um chá e para recarregar as energias, comendo barrinhas, comidinhas etc que levávamos na mochila todos os dias e demos início à subida até chegar a Tengboche! Ali almoçamos na Bakery que tem vista pro Everest, que para variar estava coberto por nuvens. Confesso que já estava ansiosa a esta altura, querendo ver as montanhas que tanto esperei e planejei. E aquele clima não parecia nada bom, apesar da viagem estar superando minhas expectativas em tudo! Depois do almoço comi um super Apple Crumble delicioso com café Illy (sim, isso existe no Himalaia!) e fomos ver um autêntico Pujá no Monastério de Tengboche, que é sede de grandes festivais e foi totalmente reconstruído após o incêndio que o destruiu em 1989!

Ali também pudemos visitar uma parte que ainda está sendo finalizada e pintada, onde os monges que estavam trabalhando minunciosamente nos desenhos, nos contaram que leva 6 anos para uma sala como aquela ser totalmente finalizada. Nesta que visitamos eles já estavam trabalhando há 4! Incrível!

Riqueza de detalhes que leva 6 anos para ficar pronto!

Riqueza de detalhes que leva 6 anos para ficar pronto!

 

Tudo isso é feito manualmente!

Tudo isso é feito manualmente!

Dali, com chuva, descemos por 20 minutos até Deboche, a 3.700 metros onde dormimos! Após 4 dias de trekking com banheiro compartilhado e um chuveiro para 18 pessoas, ficar num quarto com banheiro e chuveiro próprio é um luxo enorme! Neste lodge tínhamos até lençol elétrico (nada de sacos de dormir!!) e espelho! Coisa considerada rara por aqui!

Este Lodge de Deboche é grande e ali havia uma promessa de uma vista incrível pela manhã, que fez com que eu fosse dormir ansiosa! Não era nem 5:30 h eu já estava de pé, me vestindo para poder sair do quarto e ver o Everest de frente, se o tempo colaborasse! E assim foi! A vista da janela do nosso quarto e da frente do Lodge são deslumbrantes e pude enfim contemplar um pouco do que é o Himalaia! Na verdade eu mal sabia tudo que estava por vir, mas já foi incrível!

Vista da janela do nosso quarto em Deboche! Finalmente o sol colaborou!

Vista da janela do nosso quarto em Deboche! Finalmente o sol colaborou!

 

Dia 5 – Deboche (3.700m) até Pangboche (4.000m) e Campo Base do Ama Dablam!

 

Vista da frente do Lodge de Deboche logo cedo! Uma pontinha do Everest já aparece ali!

Vista da frente do Lodge de Deboche logo cedo! Uma pontinha do Everest já aparece ali!

Novamente todos seguiram animados para mais um dia! Ali logo na saída o Manoel nos avisou para nos despedirmos das florestas, pois ficaríamos uma semana agora sem vê-las, por conta da altitude que estávamos alcançando! Gradativamente a vegetação vai diminuindo até ser inexistente e o relevo ser todo dominado por pedras, o que é bem hostil depois de alguns dias!

Com sol as temperaturas sobem, mesmo com a altitude, e depois de 10 minutos de caminhada já paramos para tirar os casacos!

Com sol as temperaturas sobem, mesmo com a altitude, e depois de 10 minutos de caminhada já paramos para tirar os casacos!

Duas horas de caminhada depois, chegamos a um lodge que fica exatamente de frente ao Ama Dablam, mas ainda estava encoberto por nuvens! Dali saímos para o dever de casa, que seriam mais 300 metros de subida e quem estivesse bem, seguiria até 4.600 metros no Campo Base do Ama Dablam, onde estava se iniciando a época de escaladas, sendo possível ver um Campo Base em atividade!

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A paisagem parece uma pintura!


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A paisagem deste dia, enquanto aberta, é incrivelmente bela! E esse é um dia muito legal! Chegar ao Campo Base do Ama Dablam foi muito exigente para mim, que estava um pouco congestionada, por conta dos ventos, que fazia com que eu tivesse princípios de dor de cabeça. Mas fiz o que o Manoel dizia desde o início: caminhar num ritmo que não te deixe ofegante. Esta é a velocidade correta. E assim fui!

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Eu sofrendo com a subida!

Ali visitamos o Lodge que abriga quem está com orçamento mais curto e não quer pagar por toda a estrutura de acampamento base. Também almoçamos um super fried rice. (Arroz feito na wok com legumes e ovos!) 

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Tomando aquele hot orange pra esquentar!

 

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Lodge para quem vai tentar o cume do Ama Dablam!

Depois do almoço seguimos pro Campo Base, onde vimos como funciona a estrutura de um acampamento para expedições, mesmo que ainda com poucas pessoas, com barraca cozinha, barraca banheiro e barracas para dormir! Super interessante!

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No Campo Base do Ama Dablam com nosso guia Manoel Morgado!

Quando o tempo de aclimatação acabou, retornamos para o nosso Lodge a 4.000 metros e no caminho pudemos presenciar muitos Yaks descendo a encosta da montanha correndo!

Aqui o frio começou a pegar! E dá-lhe saco de dormir!!!

Dia 6 – Pamboche (4.000m) até Dingboche (4.300m)

Este foi para mim um dos dias mais bonitos da trilha. Acordamos com uma vista espetacular à nossa frente; o Ama Dablam em todo seu esplendor! O nome dessa montanha significa Amuleto da Mãe e é como se fosse uma mãe com os braços abertos! É considerada uma das mais belas montanhas do mundo, e estar assim tão próximo dela foi especial!

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Vista do nosso Lodge! De cara com o Ama Dablam!

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Obrigada São Pedro, por colaborar com o clima!

Dali saímos para nossa caminhada de aproximadamente 8km em direção à Dingboche, o vilarejo mais alto do Khumbu com habitação permanente. Os demais, além desta altitude, são apenas lodges para abrigar quem se aventura por ali. A caminhada deste dia teve muito mais subidas do que descidas e já foi bem cansativa devido à altitude elevada. Nesta parte do trekking as caminhadas já são bem mais lentas, respeitando o ritmo de cada um e mesmo assim ficamos bem mais cansados do que nos primeiros dias devido a falta de oxigênio.

Caminho até Dignboche!

Caminho até Dignboche!

 

Yak Attack!

Yak Attack!

 

Chegando a Dingboche aproximadamente 3 horas depois, tomamos o nosso chazinho habitual, comemos alguma coisa e nos preparamos para a tarefa de casa; uma subida de 300 metros para aclimatação. Os fortes poderiam subir até 5.074 metros até o cume do Nagarjun Ri, que deixei passar, pois preferi me poupar e descansar. (Lembrem! A exaustão é uma das causas do mal da montanha, então não se sentir exausto também ajuda no processo de aclimatação!)

Dignboche, vilarejo mais alto do Khumbu com habitação permanete, visto de cima!

Dignboche, vilarejo mais alto do Khumbu com habitação permanete, visto de cima!

 

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Vista espetacular acima de Dingboche para aclimatar!

Mesmo não subindo até o cume, a paisagem deste sexto dia é espetacular. Podemos avistar o Makalu, quinta montanha mais alta do planeta, e várias outras! O conjunto é maravilhoso e ficar uma hora sentado apreciando a paisagem a 4.600 metros não é nada difícil com essa vista. O único inconveniente é o vento super forte!

 

Vista de quem foi ao cume! (Foto por Paulo Morelli)

Vista de quem foi ao cume! (Foto por Paulo Morelli)

 

Paulo no cume do Nagarjum Ri, 5074 Metros, com Manoel Morgado!

Paulo no cume do Nagarjun Ri, 5074 Metros, com Manoel Morgado!

Na volta, além de um belo banho (que tomei praticamente todos os dias! Ufa!), pude saborear um ótimo cheesecake com expresso Illy na Bakery do lodge, que para mim foi um dos melhores de toda a viagem!

Nosso Lodge em Dignboche!

Nosso Lodge em Dignboche!

Depois do jantar habitual às 19:00h, e de medir nossa saturação e batimentos cardíacos, algo que fazíamos todos os dias para checar como estava a aclimatação de todos, fomos dormir felizes com o dia que tivemos, com o clima que começou a nos ajudar e com as paisagens, que finalmente faziam meu coração acelerar de felicidade!

Nos próximos dias eu enfrentaria um dos meus maiores desafios e também uma das maiores dores de cabeça que já tive! Quer saber mais? Então não perca o próximo post, loguinho!

Veja aqui os outros posts dessa série:

• Bem vindos ao Trekking até o Campo Base do Everest – A trilha mais bonita do mundo!
• Trekking ao Campo Base do Everest – Dias 1, 2 e 3
• Trekking ao Campo Base do Everest – Dias 7, 8, 9 e 10
• Trekking ao Campo Base do Everest – Retorno e vôo do aeroporto de Lukla
• Trekking ao Campo Base do Everest – Lista completa de equipamentos

 

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Comentários:

  • Eduardo Presoti

    13 de novembro de 2017

    Oi Natália, muito obg pelo compartilhamento de importantes informações.
    Gostaria de saber se é possível fazer a contratação de guia local a partir de Luckla para ir até o camp base do Ama Dablam.. e se o número de dias de ida é igual ao número de dias de retorno até Luckla..
    No aguardo, grande abç..

    responder…

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